Se você já sentiu uma dor persistente no pescoço, irradiando para os ombros ou até para os braços, saiba que não está sozinho. Com a popularização do home office, o uso excessivo de celulares e posturas inadequadas, a dor cervical — também chamada de cervicalgia — tem se tornado um problema cada vez mais comum.
Mas afinal, o que é cervicalgia? É grave? Tem cura? É sempre sinal de hérnia de disco? Neste artigo, vamos responder essas e outras dúvidas, separando mitos e verdades sobre essa condição que atinge milhões de brasileiros silenciosamente.
O Que é Cervicalgia?
Cervicalgia é o nome técnico para dor na região do pescoço. Essa dor pode ser causada por problemas na coluna cervical (como hérnia de disco), tensão muscular, má postura, estresse ou até fatores emocionais.
Segundo a neurocirurgiã Dra. Catarina Couras, até dores de cabeça podem estar relacionadas com a cervical — especialmente a chamada cefaleia cervicogênica, que se origina na base da cabeça e irradia para o crânio.
Mitos e Verdades Sobre Cervicalgia
Verdade: Hérnia de disco cervical pode causar fraqueza nos braços
Sim! Se o disco da coluna comprime nervos ou a medula, a pessoa pode apresentar dormência, fraqueza ou perda de força nos membros superiores e inferiores.
Mito: Dor cervical sempre vem da coluna
Nem sempre. Muitas vezes, a dor vem de tensão muscular, má postura ou até de estresse emocional. Por isso, o diagnóstico deve ser sempre feito por um especialista.
Verdade: O uso prolongado do celular piora a dor cervical
A postura curvada, com o pescoço inclinado para frente, é um dos principais fatores de risco da atualidade. Já estamos na “geração da dor cervical”, como apontam os especialistas do vídeo.
Mito: Todas as dores no pescoço exigem cirurgia
Pelo contrário. A maioria dos casos é tratada com fisioterapia, acupuntura, analgésicos e mudança de hábitos posturais. A cirurgia só é indicada em casos mais graves ou quando o tratamento conservador falha.
Verdade: Emoções como ansiedade e estresse pioram a dor
A dor cervical tem fatores físicos e emocionais. Ansiedade, tensão e até depressão podem acentuar os sintomas e aumentar a sensibilidade à dor.
Quais São os Sintomas Mais Comuns?
- Dor no pescoço, nuca ou ombros
- Rigidez na região cervical
- Dores de cabeça (especialmente na parte de trás da cabeça)
- Dormência ou formigamento nos braços e mãos
- Estalos ou sensação de peso no pescoço
- Dificuldade para movimentar a cabeça
Quais Exames Detectam a Cervicalgia?
O diagnóstico é clínico, mas pode ser complementado com exames como:
- Radiografia simples (visualiza estrutura óssea)
- Ressonância magnética (avalia discos e nervos)
- Eletroneuromiografia (avalia a condução dos nervos)
- Tomografia (em casos específicos)
O exame físico e a conversa com o paciente ainda são os principais instrumentos para o diagnóstico preciso.
Existe Cirurgia para Cervicalgia?
Sim, mas não para todos os casos. A cirurgia é indicada quando há:
- Compressão medular severa
- Hérnia de disco com perda de força
- Falha no tratamento conservador
- Comprometimento funcional
A cirurgia pode ser feita por via anterior (pela frente do pescoço) e pode envolver artrodese (fusão das vértebras) ou próteses de disco. O procedimento é seguro e muitos pacientes voltam à rotina com qualidade de vida.
Como Prevenir a Dor Cervical?
Dicas práticas de prevenção:
- Ajuste a altura do monitor do computador ao nível dos olhos
- Evite usar o celular com o pescoço inclinado
- Faça pausas a cada 1h para alongar o pescoço e os ombros
- Mantenha uma boa postura ao sentar e deitar
- Pratique atividade física regularmente
- Gerencie o estresse e a ansiedade
“Não existe meia hora de tratamento que compense 8 horas de má postura por dia”, alerta a Dra. Catarina.
Quando Devo Me Preocupar?
Procure um médico se:
- A dor no pescoço persistir por mais de uma semana
- Houver perda de força nos braços ou pernas
- Aparecer dormência ou formigamento constante
- A dor for intensa, limitando suas atividades
- Existirem sintomas associados como febre ou perda de peso
Cuidar da Cervical é Cuidar de Você
A cervicalgia pode parecer “só uma dor no pescoço”, mas quando ignorada, ela pode comprometer sua qualidade de vida — e até seu bem-estar emocional. Com diagnóstico precoce, bons hábitos posturais e tratamento adequado, é possível controlar os sintomas e até evitar cirurgias.
Lembre-se: cada caso é único. O que funciona para uma pessoa pode não funcionar para outra. Por isso, evite se autodiagnosticar e procure orientação médica.
Compartilhe este artigo com quem vive reclamando de dor no pescoço. A informação pode ser o primeiro passo para uma vida com mais conforto e saúde.